sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Se


Se podes manter-te calmo, quando todos à tua volta

Perdem a serenidade e te censuram por isso;

Se podes confiar em ti próprio quando todos duvidam de ti,

E, não obstante, admitir a sua dúvida;

Se podes esperar sem que de esperar te canses

Ou, sendo caluniado, não usar de mentiras,

Ou, sendo odiado, nao retribuir o ódio

E, contudo, nao parecer bom demais, nem presumir de sábio.



Se podes sonhar - mas sem fazer do sonho o teu senhor;

Se podes pensar - mas sem fazer do pensamento o teu alvo;

Se podes afrontar o TRIUNFO e a DERROTA,
E tratar da mesma maneira esses dois impostores;
Se podes resignar-te a ouvir a verdade que sempre apregoaste
Desfigurada por velhacos que dela fazem uma armadilha para tolos,

Ou assistir à ruína de tudo a que votaste a tua vida

E, humílde, construir tudo de novo com ferramentas gastas;


Se podes fazer um monte de todos os teus ganhos

E arriscá-lo de vez atirando a moeda ao ar,

Perder, e voltar novamente ao príncipio,

E nunca soltar o mínimo lamento pela tua perda,

Se podes forçar o coração, os nervos, todas as fibras do teu corpo
Para servir o teu intento, muito depois de eles se terem esgotado,

E, assim, preservarquando em ti já nada subsiste

A não ser a VONTADE que lhes diz: "Continuem!";



Se podes falar com a multidão e manter a tua virtude,

Ou conviver com Reis - sem deixar de ser simples;
Se nem inimigos nem amigos conseguem magoar-te;

Se todos os homens contam contigo, mas nenhum mais do que é devido;

Se podes preencheer o inexorável minuto

Com o valor de 60 segundos de caminho percorrido,

A Terra será tua e tudo o que ela encerra

E - o que é mais - SERÁS UM HOMEM, MEU FILHO!


Tradução de António Ramos Rosa



Não me canso de ler e reler este poema. Absolutamente fantástico!

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