quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Perder o norte... ganhar a vida?

Olhando pelo espelho retrovisor vejo a estrada que fica... O caminho percorrido já vai longo e as paisagens, como as memórias, esbatem-se. Contudo, o norte, esse continua bem visível. O norte nunca o perdi de vista. Chegou a parecer desvanecer, mas nunca o deixei arredar pé. Eu, de olhos bem abertos, mas na verdade, ingenuamente cego. A minha sorte (equivoco-me, peço desculpa, quem fala de sorte, fala na verdade de azar), o meu norte – sarcástico cão de guia, que me faz tropeçar nos obstáculos, só para me lembrar que aquilo que me faz cair é simultaneamente aquilo que me ajuda a levantar.


A questão que me coloco é esta: perder ou ganhar? Pode parecer estúpida a pergunta, mas a modéstia da derrota questiona agora mais alto. Só ganhar parece ser a resposta certa, certo? Errado. A vida não é utopia, a vida é real e na realidade, a derrota é tão certa (ou errada) como a vitória.

As coisas são também aquilo que não o são. O nada constrói-se a partir do tudo. Falamos da vida porque conhecemos a morte. O norte existe do lado contrário ao sul…

Pensava eu que já conhecia o norte. E mais não queria conhecer. Agora percebo, que se nunca cruzei a fronteira até ao sul, nem o norte verdadeiramente conheço. A bússola só pode ser útil a quem se perde… Perder-me! Eis a única forma de o meu norte vencer.

Vou primeiro conquistar os meus falhanços, para depois merecer os meus sucessos.

A resposta: Ganhar… mas só depois de perder!

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